Agricultura da região sofre prejuízo de R$ 100 milhões

Durante reunião, secretário Covatti Filho (esquerda) destacou a agilidade no anúncio de medidas para reduzir os danos causados na região.

Os temporais que atingiram o Litoral Norte nos últimos meses, principalmente o ciclone-bomba (entre 30 de junho e 1° de julho) causaram um enorme prejuízo para a economia local. O valor estimado é de R$ 100 milhões e foi divulgado nesta terça-feira (4), durante reunião entre a Secretaria Estadual e o Ministério da Agricultura.

O encontro realizado de maneira online tratou sobre as medidas de apoio que vão ser dadas aos agricultores que sofreram danos em suas plantações. As mais prejudicadas foram as plantações de banana e abacaxi. Segundo um relatório realizado pela Emater, apenas em Mampituba, houve uma perda de 80% na produção de banana, o que representa aproximadamente 13 mil toneladas da fruta e um prejuízo de 12 milhões de reais.

Durante a reunião que contou com a presença do secretário estadual de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural, Covatti Filho, o secretário de Agricultura Familiar e Cooperativismo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Fernando Schwanke, e o deputado federal Alceu Moreira, foi apresentada uma solução para auxiliar os produtores da região. Enquadrados no Programa de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), eles terão acesso a crédito de custeio e investimento com as taxas de juros mais baixas aplicadas ao programa (2,75% ao ano), no decorrer de todo o ano agrícola 2020/2021.

O secretário Covatti Filho destacou a importância da parceria com o Mapa e a agilidade no anúncio de medidas para reduzir os danos com o ciclone-bomba. Já o secretário Schwanke afirmou que o ministério conseguiu atender rapidamente à demanda, anunciando uma redução real dos juros, mas destacou que é necessário que o agricultor implante, daqui para a frente, a cultura do seguro rural. Ele citou o exemplo do município de São Pedro de Alcântara, que teve uma parcela muito pequena de agricultores com Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro), o seguro rural.

“Queremos deixar como legado no ministério esta questão do seguro, que todos os produtores tenham”, afirmou Schwanke. Ele sugeriu que as entidades e os produtores renovem os bananais em parceria com a Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural (Epagri) de Santa Catarina, Estado que também teve perdas com o ciclone-bomba.

“Temos que saudar a rapidez no auxílio aos agricultores feita pelo governo federal, mas o desafio agora é este recurso chegar lá na ponta, no agricultor que está precisando. Vamos fazer um trabalho diário de acompanhamento para que todos tenham acesso”, afirmou o presidente da Fetag, Carlos Joel da Silva.

Também estiveram presentes na reunião: integrantes da Comissão de Agricultura, Pecuária e Cooperativismo da Assembleia Legislativa, representantes de Banrisul, Banco do Brasil, Sicredi, Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (Fetag), Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs), sindicatos de trabalhadores rurais e Emater, além de prefeitos, lideranças da região litorânea e produtores rurais.

Fotos: PMM / Emerson Foguinho

Em Mampituba, prejuízo na produção de bananas é de R$ 12 milhões.