Cidades do Litoral estão entre as mais violentas do RS

A violência segue alta em todo o Rio Grande do Sul, porém dados divulgados por uma pesquisa no início desta semana chamam a atenção que a maioria dos crimes cometidos no Estado está concentrada em um grupo pequenos de municípios. Aproximadamente 90% dos crimes cometidos em solo gaúcho acontecem em 18 cidades. Todos os municípios presentes na lista têm em comum o combate aos seguintes delitos: crimes violentos letais intencionais, roubo de veículo e roubo a pedestre.

O seleto grupo de municípios concentra 71% das mortes violentas, 89% dos roubos de veículos e 89% dos roubos há pedestres no RS, entre os anos de 2009 e 2018.

Destas 18 cidades duas estão localizadas no Litoral Norte: Capão da Canoa e Tramandaí. Elas são as únicas presentes no ranking de municípios mais violentos que possuem população a baixo de 80 mil habitantes.

MONITORAMENTO

Devido os autos números registrados e a concentração de violência em determinadas cidades, o governo gaúcho resolveu priorizar os 18 municípios, realizando um monitoramento especial de quatro indicadores, três comuns a todos os municípios e um indicador escolhido conforme a realidade local. 

RS SEGURO

Com base nos altos números de criminalidade, o Governo do Estado elaborou um programa com medidas estruturantes, orientadas pelo tripé de diretrizes de Integração, Inteligência e Investimento Qualificado, o RS Seguro. O programa surge após o governo compreender que a violência é uma questão que vai além da segurança, representando também desafios sociais e econômicos para o Estado.

Para fazer o monitoramento dos indicadores, a equipe técnica do RS Seguro elaborou um processo com ciclos mensais de Gestão de Estatística em Segurança, com quatro instâncias de análise. Chamado de GESeg, o processo foi inspirado em modelo criado nos Estados Unidos.

Também serão implantadas Áreas Integradas de Segurança Pública (AISPs) nos municípios. Com a divisão geográfica padronizada, a estimativa do governo é melhorar a troca de informação entre as polícias Civil e Militar. Canoas, na região Metropolitana, será a primeira cidade dividida conforme a nova determinação.

LITORAL NORTE

Há uma previsão que as AISPs sejam implantadas em Capão da Canoa ainda em 2019, já em Tramandaí deve ocorrer apenas no primeiro semestre de 2020. Segundo a secretaria de Segurança Pública, o objetivo para as cidades da região é “intensificar a troca de informações entre a Polícia Civil e a Brigada Militar (BM), com atenção para as áreas mais críticas”. Em Capão da Canoa a prioridade são os bairros Santa Luzia e Arco-Íris, já em Tramandaí a ação fica voltada para os bairros Parque dos Presidentes e São Francisco II.

De acordo com o secretário de Administração de Capão da Canoa, Rafael Ayub, está sendo elaborada uma proposta para realizar atividades de prevenção em escolas localizadas nos bairros de maior violência na cidade. Rafael, que é responsável pelo Departamento de Segurança do município, afirmou estar mantendo contato com o governo do estado para resolver esse problema da violência.

Vale ressaltar que Capão da Canoa conta com um Gabinete de Gestão Integrada e monitoramento eletrônico em toda a cidade. Aliás, as câmeras de segurança vem ajudando a polícia a conseguir identificar e realizar a prisão de diversos criminosos.

Em Tramandaí, uma parceria com o governo estadual já vem sendo realizada na cidade desde o mês de março desse ano. Segundo o secretário municipal de Segurança, Direitos Humanos e Transportes, Claudiomir da Silva, quatros escolas localizadas nos dois bairros mais violentos da cidade estão participando de um trabalho conjunto entre as secretarias de Segurança, Assistência Social e Saúde, em prol de prevenir a proliferação da violência na região.

Claudiomir ressalta que Tramandaí dobrou o efetivo da Guarda Municipal e conta com três motos e três carros que atendem o programa Escola Mais Segura.

“Nós não temos como deixar um guarda em frente a cada escola, mas nós temos um grupo no Whtasapp onde a diretora ou a professora que estiver em uma situação de risco, ela vai lançar isso no grupo. Nós temos um tempo de despacho da Patrulha, de dois a cinco minutos para a Guarda Municipal estar na frente daquela escola”, explicou o secretário.