Estudantes osorienses conquistam prêmios na Mostratec

Estudante Victórya Leal

Entre os dias 26 e 28 de outubro foi realizada, de maneira online, a 36ª edição da Mostra Internacional de Ciência e Tecnologia (Mostratec). A feira, considerada a maior Feira de Ciências da América Latina, é organizada pela Fundação Escola Técnica Liberato Salzano Vieira da Cunha, de Novo Hamburgo, e é destinada a estudantes de Educação Infantil, Ensino Fundamental, Médio, Técnico e EJA (Educação para Jovens e Adultos).

O Campus do Instituto Federal do RS (IF-RS) esteve novamente sendo representado no evento e, como já é de costume, novamente terminou com seus alunos conquistando prêmios. Ao todo, foram cinco trabalhos apresentados, os quais conquistaram 14 prêmios, um recorde para instituição, em apenas uma edição da Mostratec. A seguir veja os trabalhos premiados:

Economia Circular: um estudo comportamental dos jovens do Litoral Norte Gaúcho – De autoria de Victórya Leal, o trabalho conquistou credencial para representar o Brasil em uma das maiores feiras de ciências do mundo: a Regeneron International Science and Engineering Fair (ISEF) 2022. A pesquisa, que teve orientação da professora Flávia Twardowski, recebeu o 1º lugar em História e Ciências Sociais e o 1º lugar geral no Prêmio da Assembleia Legislativa. Além disso, o trabalho foi um dos selecionados para representar o RS no Encontro Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), em Brasília (DF), no ano que vem.

Victórya, que é estudante do curso Técnico em Administração Integrado ao Ensino Médio, desenvolveu um método de intervenção comportamental e demonstrou que ações educativas são capazes de estimular jovens a adotarem um comportamento de consumo com responsabilidade social e ambiental. O estudo utilizou equações matemáticas e análise multivariada (observação de diferentes características) para estudar o comportamento de jovens do Litoral Norte gaúcho na economia circular, a qual privilegia redução no consumo, reutilização e reciclagem.

Estudo de extratos aquosos de plantas medicinais na inibição do agente causal da sigatoka-amarela- O projeto foi o 1º lugar em Biologia Celular e Molecular e Microbiologia e ficou em 3° geral no Prêmio Assembleia Legislativa. Ele também será um dos representantes do Estado no Encontro Anual da SBPC, em Brasília, no próximo ano. O trabalho é de autoria da estudante Amanda de Lorenzi Borges, do curso Técnico em Administração Integrado do Ensino Médio, com orientação da pela docente Flávia Twardowski.

Amanda estudou a ação de diferentes extratos de plantas medicinais na inibição do crescimento de um fungo que causa a sigatoka-amarela, a qual afeta as bananeiras e pode resultar em perdas totais na produção. Ela observou que os extratos aquosos de alho e de cravo-da-índia controlaram inteiramente o desenvolvimento do fungo responsável por essa doença, sendo uma alternativa aos métodos convencionais de controle que utilizam agrotóxicos.

Estudante Amanda Borges.

SustainPads: desenvolvimento de absorventes higiênicos a partir de resíduos agroindustriais – Recebeu 1° lugar na área de Engenharia e Materiais e credencial para a Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace) 2022. Conquistou também o Prêmio Mostratec, que concede patrocínio para ida à Febrace, em São Paulo (SP) e o Prêmio Revista Insciência, na qual terá um artigo publicado. O projeto é das estudantes Camily Pereira dos Santos, do curso Técnico em Informática Integrado ao Ensino Médio; e Laura Nedel Drebes, do Técnico em Administração Integrado ao Ensino Médio, com orientação da professora Flávia Twardowski.

As estudantes pesquisaram e desenvolveram materiais absorventes a partir das fibras da palmeira juçara e do pseudocaule da bananeira. São alternativas mais baratas e ambientalmente sustentáveis para a confecção de absorventes higiênicos em comparação com o algodão e os plásticos comumente utilizados. A pesquisa busca contribuir para reduzir o problema da falta de acesso a produtos adequados para o cuidado da higiene menstrual.

Estudantes Laura Drebes e Camily Santos.

Implicações ambientais por micro plástico: utilizando o lodo ativado como agente na biodegradação de micropartículas plásticas – Primeiro colocado em Ciências Ambientais, recebeu também o Prêmio de Excelência da Associação Brasileira de Incentivo à Ciência (Abric), pelo qual será publicado na revista Scientia Prima. Foi credenciado para a Feira Mineira de Iniciação Científica (Femic). De autoria dos estudantes Igor da Rosa de Oliveira e Laura Teixeira da Rosa, do curso Técnico em Administração Integrado ao Ensino Médio, a pesquisa teve orientação do professor Cláudius Soares, sendo co-orientado por Flávia Twardowski.

O trabalho verificou, na região costeira do Litoral Norte gaúcho, a ocorrência de pequenas partículas de plástico (micro plásticos) que impactam negativamente o meio ambiente. A partir disso, propôs uma forma de reduzi-los, com a biodegradação a partir do uso de lodo resultante do processo de tratamento de esgoto (lodo ativado).

Estudantes Laura da Rosa e Igor Oliveira.

Desenvolvimento de polímero biodegradável a partir dos resíduos agroindustriais da uva – Segundo lugar em Engenharia Ambiental, recebeu também o Prêmio Corsan. É de autoria da estudante Amanda Ribeiro Machado, do curso Técnico em Administração Integrado ao Ensino Médio, com orientação da professora Flávia Twardowski.

O trabalho busca aproveitar resíduos da produção do suco de uva e processamento de vinho, utilizando um processo biotecnológico para transformar o que iria para o lixo em um material alternativo aos polímeros artificiais (utilizados para a produção dos mais diversos objetos e materiais). As membranas desenvolvidas são biodegradáveis e têm uma promissora aplicabilidade em células combustíveis, como uma membrana de troca de prótons. As células combustíveis são capazes de transformar energia liberada em reações de oxirredução em energia elétrica.

Estudante Amanda Machado.

Fotos: Divulgação