Lasier Martins protocola plano para cortar meio bilhão em gastos do Senado

Proposta do Senador Lasier visa destinar os recursos poupados ao combate do novo coronavírus

No último dia 30 de abril, o senador gaúcho Lasier Martins (Podemos) apresentou à Mesa Diretora do Senado uma ampla e objetiva proposta para cortar R$ 500 milhões do orçamento da Casa deste ano. O Projeto de Resolução (PRS 17/2020) visa racionalizar gastos, elevar a eficiência e destinar imediatamente os recursos poupados ao combate da pandemia causada pelo Covid-19.

As principais economias previstas vêm de contratos terceirizados e compras (R$ 195 milhões), da redução de cargos comissionados (R$ 120 milhões) e da concessão de gratificações a servidores efetivos por função comissionada (R$ 54 milhões). “Nesta hora de grave sacrifício para o povo, o Senado deve dar a sua contribuição e ser exemplo de austeridade para outras instituições, como as do Judiciário”, afirma o senador.

 O PRS 17/2020 atualiza outro já apresentado pelo senador há um ano (PRS 31/2019), que também busca reduzir os gastos anuais do Senado (R$ 4,5 bilhões). O novo texto contempla a dura realidade social e econômica gerada pela crise sanitária, detalha a estrutura de gastos da Casa e faz indicações claras de excessos a enfrentar.

 Para alcançar o seu objetivo, o PRS 17/2020 propõe uma série de medidas, com alterações do regulamento administrativo e do regimento interno do Senado. Elas visam desde a otimização do uso de instalações no prédio até a extinção de funções comissionadas. Conforme as ações propostas abaixo:

 · Proibir uso de apartamento funcional ou pagamento de auxílio-moradia a senadores residentes em Brasília ou a ex-senadores e familiares;

· Impedir uso de instalações do Senado por partidos e suas fundações, além de assessorias parlamentares de entidades e órgãos, mas permitir convênios para explorar espaços administrativos;

· Sustar uso da cota para exercício da atividade parlamentar na contratação de consultorias e outros serviços disponíveis no Senado;

· Negar a acumulação para o mês seguinte da cota não usada durante o mês corrente;

· Barrar a designação de servidor para função de confiança de direção ou chefia quando não houver pessoal a ele subordinado;

· Proibir uso de cargo em comissão da Secretaria-Geral da Mesa, da Diretoria-Geral, do Instituto Legislativo Brasileiro e de órgão de assessoramento superior em outros setores, como gabinetes parlamentares;

· Proibir uso de cargo em comissão em gabinete de membro da Mesa ou de Liderança oriundo de gabinete parlamentar;

· Limitar vantagens administrativas às representações partidárias com, no mínimo, três senadores;

· Limitar a 25 o número total de servidores de cargo em comissão lotados em um único gabinete;

· Acabar com a estrutura administrativa para blocos parlamentares, bem como para gabinetes de Maioria e Minoria;

· Cortar motorista e outros cargos dispensáveis da Mesa Diretora e gabinetes de lideranças;

· Cortar a metade o número de funções comissionadas na Secretaria-Geral da Mesa e na Diretoria-Geral;

· Condicionar a nomeação em cargo em comissão do Senado ao nível de escolaridade compatível com o cargo, sendo obrigatório nível superior para os de direção ou chefia;

· Não renovar contratos de assinaturas de jornais, revistas e outros periódicos em versão impressa;

· Igualar planos de assistência à saúde para senadores e ex-senadores aos dos servidores, instituindo a coparticipação dos parlamentares;

· Criar no âmbito da Mesa do Senado comissão para apresentar novas sugestões de racionalização de custos e eficiência da gestão, em até 60 dias;

· Fixar meta de redução de 20% da cota de patrocínio paga pelo Senado ao plano de saúde;

· Fixar meta de redução a 10% do atual gasto com horas extras.

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