Levantamento aponta litoral norte com baixa infestação do Aedes

PORTO ALEGRE – Levantamento de Índice Rápido para Aedes aegypti (LIRAa) e o Levantamento de Índice Amostral (LIA) foi realizado em 305 municípios do estado. A análise aconteceu nas cidades consideradas infestadas pelo mosquito. Pelo método, 93 cidades do RS possuem infestação em situação de alerta ou risco alto, o que representa que ao menos 1% dos imóveis vistoriados apresentava focos de larvas do inseto, que é o transmissor da dengue, zika e chikungunya. Somados, esses municípios representam uma população de 3,3 milhões de pessoas (ou 29,4% do estado). O fato reforça as ações preconizadas pela Secretaria Estadual da Saúde (SES) nesta época do ano, já que o Aedes tem sua circulação intensificada no verão, em virtude da combinação da temperatura mais quente e chuvas.
Com base nas informações coletadas nos levantamentos, o gestor pode identificar os bairros onde estão concentrados os focos de reprodução do mosquito, bem como o tipo de depósito onde as larvas foram encontradas. O objetivo é que os municípios tenham melhores condições de fazer o planejamento das ações de combate e controle do Aedes aegypti. O secretário estadual da Saúde, Francisco Paz, avaliou o que os números indicam. “Quanto maior o índice de infestação, mais risco há de surto das doenças transmitidas pelo mosquito”.
Cento e oitenta e duas cidades gaúchas não são consideradas infestadas pelo Aedes e, por isso, não realizam o LIRAa. Entre as que realizaram o levantamento, 212 apresentaram índice satisfatório, quando é inferior a 1%. Por outro lado, 84 foram consideradas em situação de alerta (índice entre 1% e 3,9%). Outras nove tiveram índice superior a 3,9%, considerado de risco alto. Estão concentrados no Norte e Noroeste do estado. Nove cidades com infestação não apresentaram os resultados do LIRAa.
Crescimento de municípios infestados
O Rio Grande do Sul registra hoje o maior número de municípios considerados infestados pelo Aedes aegypti na série histórica iniciada em 2000. São 315 cidades, que abrangem aproximadamente 86% da população do estado (ou 9,7 milhões de pessoas). Um município é considerado infestado quando registra a presença de focos de larvas nas atividades de vigilância do vetor, realizadas com armadilhas distribuídas em locais estratégicos, como ferros-velhos, borracharias, cemitérios, entre outros. Após ingressar na lista, ele só sai depois de passar um período de 12 meses sem voltar a encontrar focos do inseto.
Ao longo deste ano, foram 69 municípios que passaram à condição de infestados. Enquanto em 2017 foram 39 que entraram na lista. Nenhuma cidade saiu da situação no período.
No levantamento os municípios do Litoral Norte estão todos enquadrados no nível satisfatório e, portanto, sem risco de uma infestação ou transmissão preocupante, mas que no verão todo cuidado deve ser tomado para que pequenos focos existentes não ganhem proporções. A maioria dos municípios do Litoral Norte tem percentual zero no índice de infestação predial.
Situação epidemiológica
O Rio Grande do Sul não apresenta, até o momento, casos de dengue autóctones (contraídos dentro do estado). Até o último dia 17, foram registrados apenas 21 casos importados em residentes gaúchos que foram contaminados fora do RS. Já em relação ao vírus chikungunya, foram confirmados no período 11 casos autóctones em Santiago, além de outros oito casos importados distribuídos em oito cidades. Quanto ao zika, não houve caso confirmado no RS no ano.