Monitoramento ambiental registra aumento na concentração de Coronavírus em esgoto do Estado

O Governo do Estado divulgou na semana mais uma etapa do monitoramento do novo coronavírus nos esgotos do Estado. E pela segunda semana consecutiva os números mostram um aumento na concentração do vírus. Entre os maiores aumentos, está a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Mampituba. A ETE de Torres passou de uma média de 329.822 para 2.375.582. Também no Litoral, a ETE Guarani, em Capão da Canoa, também registrou um aumento, passando de 603.863 para uma média de 929.994.

Ainda não foi identificada uma explicação para este fato, mas está sendo pesquisada. De acordo com a chefe da Divisão de Vigilância Ambiental do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), Aline Campos, o resultado da última semana é o pior já registrado até o momento. “Essa subida brusca, não apenas na última semana, mas nas duas últimas, e a disseminação deste padrão por todo território avaliado, mostram que temos ainda muitas pessoas na fase aguda da doença, liberando bastante vírus no ambiente”, explica Aline. “Estes resultados também demonstram que, provavelmente, estamos ainda em evolução/crescimento no número de infectados”, ressalta. Aline ainda reforça que a população não deve relaxar nos cuidados e no distanciamento.

Não há evidências científicas de que a água contaminada pelo       Coronavírus tenha potencial infectivo. De qualquer forma, Aline acrescenta que a água para consumo humano é devidamente tratada e passa por um processo que elimina o risco de contaminação. Ou seja, a água que chega nas casas pode ser consumida sem nenhum risco à saúde.

A pesquisa

A pesquisa é realizada pelo Cevs em parceria de diversas instituições, como Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), Universidade Feevale, Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz-RJ), Fundação Estadual de Proteção Ambiental Henrique Luiz Roessler (Fepam), Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae), Secretaria Municipal do Meio Ambiente e da Sustentabilidade de Porto Alegre (Smams), Secretaria Municipal de Saúde de Novo Hamburgo, Companhia Municipal de Saneamento de Novo Hamburgo (Comusa), Serviço Municipal de Água e Esgoto de São Leopoldo (Semae) e Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan).

As análises

As amostras de água coletadas de estações de tratamento e de pontos de captação de água bruta passam por análise molecular para definir a ocorrência e quantificação do RNA viral do SARS-CoV-2 (Coronavírus). Além do RS, o estudo está em andamento também em Minas Gerais, São Paulo e em países como Holanda, Itália e Austrália. Nesses lugares, é possível apontar um aumento da presença do coronavírus nos esgotos conforme aumenta o número de casos confirmados da Covid-19 no local, o que vem se confirmando também aqui no Estado. A realidade do Rio Grande do Sul, porém, é bem diversa desses lugares e deve ser levada em consideração na pesquisa.

Foto: Fepam