Polícia Federal apreende R$ 70 mil em condomínio de luxo no Litoral

Dinheiro foi encontrado em mansão de luxo em Xangri-lá

A Polícia Federal (PF) aprendeu uma quantia de aproximadamente R$ 70 mil em dinheiro durante buscas em um condomínio na cidade de Xangri-lá. A ação, que cumpriu mandados de busca e apreensão, faz parte da Operação Para Bellum. Ela está relacionada à investigação de suposta irregularidade na compra de respiradores pelo governo do Pará, Estado no Norte do país.

Também foram cumpridos outros seis mandados em Porto Alegre, todos expedidos pelo ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Francisco Falcão, em endereços ligados ao secretário de Saúde do Pará, o gaúcho Alberto Beltrame. Ele também é o atual presidente do Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass). Além de Beltrame, o governador paraense, Hélder Barbalho (MDB), também está sendo investigado.

Além do dinheiro apreendido na mansão no Litoral Norte, os policiais apreenderam diversas obras de arte em residências da capital. Segundo Beltrame, as obras são “fruto de 35 anos de trabalho” e “todas foram declaradas no Imposto de Renda (IR)”, assim como todo o patrimônio adquirido. Em relação aos respiradores, o secretário de Saúde do Pará afirmou que os valores pagos foram devolvidos para o governo paraense.

Segundo a PF, o valor total do contrato por 400 respiradores foi de R$ 50,3 milhões, dos quais R$ 25 milhões chegaram a ser pagos por equipamentos que não serviam para o tratamento da Covid-19 e acabaram devolvidos. A suspeita do Ministério Público Federal (MPF) é de que os aparelhos foram comprados em uma empresa sem registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), com preços superfaturados em até  86,6%. A compra foi autorizada com base no decreto que regulariza as contratações emergenciais feitas em meio à pandemia.

OPERAÇÃO MATINTA

No Rio Grande do Sul, a segunda fase da Operação foi batizada de Matinta Pereira. O personagem folclore da região Norte do Brasil é uma bruxa velha que, segundo a lenda, se transforma à noite em um pássaro agourento e passa a assobiar nas casas dos moradores. A história ainda diz que ela só para de estremecer o barulho quando lhe prometem algo em troca (podendo ser tabaco, café, cachaça ou peixe). A lenda diz que a Matinta retorna à casa no outro dia para receber o prometido e, se não recebe o combinado, uma desgraça acontece na casa de quem fez a promessa não cumprida.

FOTO: PF