Protesto por melhorias bloqueia a RST-101 por oito horas em Mostardas

17784762Liderados pela Câmara de Vereadores, moradores de Mostardas bloquearam a RST-101 por oito horas nesta terça-feira, na altura do km 138. Finalizado às 16h, o protesto quis chamar a atenção para as “péssimas” condições da rodovia, principalmente nos 60 quilômetros entre Capivari do Sul a Mostardas.

Houve queima de pneus e interdição total da estrada com veículos, gerando congestionamento nos dois sentidos. Apenas ambulâncias, veículos de emergência e vans escolares foram liberadas.

Segundo o vereador Dangelo Motta Soares (PDT), o objetivo da comunidade é federalizar o trecho que liga Osório a São José do Norte, que é o único concedido ao Estado.

— O governo estadual diz que não tem condições para arrumar. E o Dnit, que não vai assumir a estrada do jeito que está. Enquanto isso, a gente não consegue trafegar — afirma o parlamentar.

A rodovia é estratégica, já que é usada para escoar a produção que chega ou que é levada ao porto de Rio Grande, além dos produtos da própria região, como madeira e arroz.

Uma audiência na noite desta terça-feira também discute o tema na Câmara de Vereadores. Presidente da Casa, Laís Teixeira (PT) resume o sentimento dos manifestantes:

— Estamos cansados desse abandono.

Conforme o diretor-geral do Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer), Ricardo Moreira Nunez, é de conhecimento da autarquia as condições precárias da RSC-101 no trecho onde ocorreu o protesto.

— Sabemos que a estrada está bastante ruim lá, mas o problema é que faltam recursos. Já alocamos uma verba da Cide (Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico) para fazer reparos emergenciais no trecho, mas não posso estimar uma data para acontecer. Ainda estamos ajustando isso.

O superintendente regional do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Hiratan Pinheiro da Silva, conta que na quarta-feira serão iniciados os estudos para uma possível federalização da rodovia.

— Nossa expectativa é ter o resultado em 30 dias — diz Silva.

Caso não seja tomada nenhuma medida, os manifestantes prometem fazer um novo protesto no dia 23 de dezembro.