RS deve ter um Observatório de Análise da Situação do Suicídio em 2018

thumb (2)O Rio Grande do Sul deverá contar com um Observatório de Análise da Situação do Suicídio a partir de 2018. O projeto encontra-se em estágio piloto, sendo realizado na região do Vale do Rio Pardo. A previsão é de que até o final do ano essa primeira etapa seja concluída, para que, assim, em 2018 seja expandido para todo o Estado.

O anúncio foi feito na manhã desta quarta-feira durante o III Seminário Intersetorial Promoção da Vida e Prevenção do Suicídio, que ocorreu no auditório do Ministério Público, em Porto Alegre. Organizado pelo Comitê Estadual de Promoção da Vida e Prevenção do Suicídio, o evento integra as atividades relacionada ao Setembro Amarelo, que busca discutir ações de prevenção ao suicídio. “O observatório é um trabalho de imersão para que possamos conhecer e nos aproximarmos mais desse fenômeno”, destacou a coordenadora do Comitê Estadual, Andréia Novo Volkmer. Ela disse que com as informações dos casos registrados, será possível fazer uma análise mais profunda e também identificar situações mais específicas por região.

Na abertura, o secretário estadual de Saúde, João Gabbardo dos Reis, enalteceu a iniciativa e explicou que a metodologia é rastrear os casos de suicídio e, especialmente, as tentativas. O que, segundo ele, permitirá identificar possíveis causas e motivações. “É um processo para atuarmos em frentes de prevenção”, disse. O Rio Grande do Sul é o estado com maior número de ocorrências no país.

Na mesma oportunidade, a integrante do Comitê, Cláudia Weyne Cruz, avaliou a importância da articulação entre os órgãos da área para lidar com este problema que é considerado de saúde pública. Ela explicou que o suicídio tem um impacto muito mais devastador do que se trata inicialmente. “Vejo o suicídio como uma explosão de um vidro, em que os cacos afetam diferentes pessoas e de formas diversas”, exemplificou. Segundo a Organização Mundial da Saúde, um suicídio atinge de 6 a 10 pessoas. “ O sofrimento gerado nos sobreviventes é muito forte e por isso precisa ser pensado como um problema de saúde pública”, sentencia.

A secretária estadual de Direitos Humanos, Maria Helena Sartori, destacou como um dos caminhos para o enfrentamento da situação a articulação em rede e de integração entre os serviços públicos. “É preciso falar, mas de maneira esclarecedora”, enfatizou.

Durante o evento também foram discutidos aspectos como a notificação das tentativas de suicídio, os casos relacionados a adolescentes e jovens, além de ações de prevenção, como o apoio emocional do Centro de Valorização da Vida (CVV)