RS tem quase 10 vezes mais mortes por Síndrome Respiratória Grave nas últimas cinco semanas

Entre os dias 15 de março e dia 18 de abril, foram registrados no RS 2.182 casos de SRAG com 195 mortes.

O Rio Grande do Sul teve quase 10 vezes mais mortes por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) nas últimas cinco semanas, do que no mesmo período de 2019, segundo dados da Secretaria Estadual da Saúde (SES). Do dia 15 de março ao dia 18 de abril, 195 pessoas morreram pela doença. Já no mesmo período do ano passado, 20 pacientes foram a óbito por SRAG. O número de casos também apresenta um grande aumento. Nestas mesmas cinco semanas de 2020, foram registrados 2.182 casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave. Já no mesmo período de 2019, foram 182 casos, aumento foi de quase 12 vezes.

Os dados mostram um aumento expressivo de internações por síndromes respiratórias e indica subnotificação da Covid-19. Vale ressaltar que os dados da SES são atualizados por semanas epidemiológicas, que começam aos domingos.

Na quarta-feira (22), foi divulgado um levantamento da Secretaria Estadual, com números desde o início deste ano. Os dados das 16 semanas de 2020 mostraram que as mortes por SRAG haviam aumentado sete vezes em comparação com o mesmo período do ano passado. De acordo com o boletim da SES, o número de notificações de SRAG cresceu 15 dias após o registro do primeiro caso de Covid-19 no Rio Grande do Sul.

Ainda segundo a SES, até o último sábado (18), dos até então 894 casos confirmados de coronavírus no RS, 300 foram notificados como Síndrome Respiratória Aguda Grave com hospitalização, e 25 morreram.

O chefe do serviço de infectologia do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, Eduardo Sprinz, disse que os números apontam uma subnotificação dos casos do novo coronavírus no estado. “Algumas razões podem ser elencadas, e não são excludentes. Primeiro, o problema de amostra com problema ou sua execução. Segundo, que quadros de SRAG associadas à Covid-19 geralmente são mais tardios e podem ter PCRs (testes de diagnósticos) falsamente negativos”, explica Sprinz.

Foto: Alexandre Brum