Sindicato da Polícia Civil orienta filiados a paralisarem a partir de 2 de janeiro

Sinpol vai garantir 30% do efetivo, para atender casos graves, como crimes contra a vida | Foto: Samuel Maciel / CP Memória

A diretoria do Sindicato dos Policiais Civis (Sinpol/RS) orientou, nesta quarta-feira, que os filiados paralisem a partir de 2 de janeiro. Na tarde desta quarta, o Sinpol enviou à Chefia da Polícia Civil um ofício no qual comunica a convocação da categoria. A paralisação é motivada pelo parcelamento dos vencimentos de dezembro e do 13º salário, esse último em 12 vezes.

Conforme o presidente da entidade, Emerson Ayres, o objetivo é buscar a garantia do pagamento dos salários até o último dia do mês trabalhado e o pagamento do 13º de forma integral. “A situação se tornou insustentável. A categoria não está mais sequer com condições de desempenhar uma atividade tão importante para a sociedade como a policial”, enfatizou.

O sindicato explica que categoria vai garantir 30% do efetivo, para atender casos graves, como crimes contra a vida que envolvam a Lei Maria da Penha, idosos, crianças e adolescentes. “A orientação é de que os agentes conversem com o cidadão que procure a delegacia e explique o porquê da paralisação. Tenho certeza que vamos ter a a compreensão da sociedade porque ninguém mais aguenta esses desmandos do atual governo”, complementou Ayres.

Já o Ugeirm Sindicato, que representa uma base semelhante e um número maior de servidores em relação ao Sinpol, recomenda que escrivães, inspetores e investigadores se mantenham trabalhando, ainda que em esquema de operação-padrão. O sindicato também defende o boicote a operações de vulto desenvolvidas pelas delegacias de Polícia. O vice-presidente da Ugeirm, Fábio Castro, explica que o conselho de representantes da entidade se reúne em 3 de janeiro para definir as próximas mobilizações.

A expectativa é de que uma marcha ocorra na segunda quinzena de janeiro, antes de a Assembleia retomar, em uma possível convocação extraordinária, a votação dos 14 projetos pendentes do pacote de austeridade do governador José Ivo Sartori (PMDB). As medidas incluem uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que flexibiliza o pagamento da folha e permite que metade do 13º só seja paga 11 meses depois do prazo-limite, que é 20 de dezembro.