Com três parentes no secretariado, prefeito de Imbé será investigado por nepotismo

pierrersO procurador-geral do Ministério Público de Contas (MPC) do Rio Grande do Sul, Geraldo da Camino, determinou a investigação de denúncias de nepotismo contra o prefeito de Imbé, Pierre Emerim (PT). Três cargos do primeiro escalão do município do Litoral Norte gaúcho são ocupados por familiares de Emerim.

O secretário municipal da Saúde, Tierres da Rosa, é irmão do chefe do Executivo. “Sou enfermeiro, sou técnico em enfermagem. Trabalho aqui na região há 14 anos. Tenho experiência na área. Não vejo problema nenhum”, defende-se.

Um primo do prefeito, que também é tio da primeira-dama, é o secretario de Segurança e Trânsito, Marco Antonio Emerim da Silva. “A legislação prevê que na pasta de secretário não há essa previsão de nepotismo”, argumenta o titular da pasta. Além dos dois irmãos, a companheira do prefeito, Joselaine Cardoso, é a secretaria de Educação do município.

Antecipação e viagem aos EUA

Outra polêmica envolve a viagem do prefeito e da primeira-dama para Boston, nos Estados Unidos, em maio. No dia 1º do mês passado, o casal recebeu um total de mais de R$ 50 mil da prefeitura, o equivalente ao salário de cada um, mais metade antecipada do décimo terceiro e as férias.

De acordo com a ex-secretária de administração Karina Fajardo, que vem divulgando denúncias de irregularidades também nas redes sociais, o benefício foi negado aos demais servidores.

“Eu tinha conhecimento de servidores que tinham protocolado a antecipação e isso era encaminhado para o Departamento de Recursos Humanos e sequer ia para o gabinete porque a determinação era não pagar, por causa da dificuldade financeira que o município vinha enfrentando”, afirma a ex-secretária.

Prefeito alega erro do RH

Já o prefeito afirma que todos iriam receber o benefício, o que não aconteceu devido a um erro do departamento de Recursos Humanos (RH) da prefeitura. “Acontecem equívocos no RH todos os meses. Eu autorizei o pagamento de todos os servidores que tinham requerido no prazo legal”, diz.

“Agora no momento do pagamento, só foi feito o meu pagamento e não os demais. Aqui está o documento, de uma declaração do RH o município, onde comprova o que estou falando”, complementa, exibindo uma folha de papel com o timbre da prefeitura.

O prefeito pediu que o Ministério Público investigue as denúncias. Ele afirma que a ex-secretária de Administração fraudou o endereço residencial para poder matricular o filho em uma creche em Imbé.

Karina Fajardo disse que não houve fraude e que, na época, morava na casa da mãe em Imbé.